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DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS: A HIPOCRISIA E CINISMO DOS ASSASSINOS

  • quefazerquefazer
  • 4 de abr. de 2024
  • 6 min de leitura

 

 

«EUA deram carta branca para tudo, inclusive para o bombardeamento de hospitais, escolas, para matar não só palestinianos mas até pessoal da própria ONU.»

 


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Foto: Reuters

 

1. Não temos propriamente simpatia pelo Sr. Putin mas sejamos honestos: foi desde o fim unilateral do pacto de Varsóvia (a NATO nem se mexeu) e da desmilitarização da antiga URSS que começámos a assistir aos "double standarts" no Direito Internacional

que hoje vale ZERO. Enquanto a NATO não espartilhar e dividir por completo a Rússia (que não é a URSS, mas esta gente invoca um passado para roubar recursos), não vai descansar. Começou com a Jugoslávia e todos bateram palmas à independência da Croácia. Já à independência do Donbass (mas que o Sr. Putin só quer se for de direita), o tratamento é completamente diferente. Só alguns têm direito à independência e à autodeterminação: os amigos da NATO. Na verdade EUA e Rússia estão em competição como tivemos oportunidade de ver, por exemplo, no caso do Nordstream, propriedade russa, destruída pelos EUA. Os políticos norte-americanos até bateram palmas publicamente. O problema é que há muitos recursos a leste...


2. Desde o Iraque (que ficou completamente desfeito debaixo de umas tais armas de destruição que nunca se descobriram), até ao Afeganistão (que atualmente é o maior produtor de ópio do mundo e onde os direitos das mulheres regrediram brutalmente....já lá vai o tempo em que em Kabul as mulheres usavam calças e minissaias), até a Líbia (outrora um dos estados mais desenvolvidos de África e que agora é palco para mercados de escravos,  pilhagens em museus - já no Iraque tinha sido assim - e de petróleo) até à Síria. Cerca de 1/3 do território da Síria está ocupado pelos EUA. Qual terço? O que tem PETRÓLEO, claro! E agora temos o próximo episódio no Níger (com a exploração mineira francesa, alemã e dos EUA). E o Sudão por causa de recursos e rotas estratégicas vem logo a seguir.


3. É muito comum quando um país descobre reservas de gás (Palestina), petróleo, etc. ou pela sua posição geoestratégica (nova “rota da seda” ou “energética” - Palestina) que dentro em breve “precise de democracia” ou se não a aceitar, é destruído. De acordo com o direito internacional, o gás da Palestina e restantes recursos não podem ser vendidos pelos israelitas ou pelos EUA a terceiros, porque obviamente não é o seu gás. O mesmo se passa com os recursos do Sahaara Ocidental que têm sido ROUBADOS pela sanguinária monarquia marroquina e vendidos a terceiros mesmo contra o Tribunal Europeu. Também há territórios ocupados, há gente torturada, assassinada e até há um enorme muro. Mas isso pouco importa à escória que vai pelo mundo com atitude de cowboy disparando, assassinando, massacrando sem sofrer quaisquer consequências.

 

4. Bastava os EUA darem ordem a Israel para deixar passar a ajuda humanitária que eles rapidamente que eles rapidamente deixariam passar para acabar com a guerra e ela acabaria (todos vimos os braços levantados dos norte-americanos na Assembleia das Nações Unidas várias vezes contra o cessar-fogo). Bastava os EUA darem ordem a Israel para deixarem passar a ajuda humanitária que eles rapidamente deixariam. Mas os EUA deram carta branca para tudo, inclusive para o bombardeamento de hospitais, escolas, para matar não só palestinianos mas até pessoal da própria ONU. O AIPAC* financia muitas campanhas eleitorais de muitos senadores que vergonhosamente se vendem. Na Palestina, os que esperam pela ajuda humanitária arriscam-se a ser baleados (sejam adultos ou crianças) ou morrem à fome algures para evitarem as balas. No tempo das agressões imperialistas contra a antiga Jugoslávia, o Iraque, e muitos outros países não puderam contar com a cobertura mediática que tem hoje a Palestina, medida em que nessa altura não havia a quantidade de telemóveis que há hoje. A Palestina — via Aljazeera, com jornalistas profissionais, transmitiu tudo o que pôde, e morreram CENTENAS de jornalistas. Vimos o horror dos bombardeamentos supostamente cirúrgicos (deviam ser cirúrgicos para a população civil inocente e nós é que nunca percebemos), vimos crianças debaixo de escombros, amputadas sem anestesia, vimos um holocausto que nos recorda a II Guerra Mundial quando olhamos para as crianças que estão a morrer à fome: os joelhos, as pernas, os ombros, as caras......um horror saído de um campo de concentração. E, na verdade, Gaza nunca deixou de ser uma prisão a céu aberto cercada por um muro e com gente sujeita a um forte sistema de apartheid. Agora é um cemitério a céu aberto com imagens que parecem saídas de um filme apocalíptico mas que são bem reais. Não bastou à UE um cemitério terrestre a céu aberto:  primeiro tiveram de ter o seu cemitério marítimo no Mediterrâneo.

 


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Foto: Ibraheem Abu Mustafa - Reuters

 

5. A cumplicidade da UE, do Canadá e de outros países é VERGONHOSA e mostra bem o que é a UE. Deixaram cair a máscara e já não há disfarce que lhes valha. Praticamente todos  enviam ou vendem armas para Israel e depois choram lágrimas de crocodilo na Assembleia das NU porque não há acordo sobre o cessar-fogo quando eles próprios estão a ganhar milhões com a situação: veja-se o 1º Ministro de Inglaterra, o arrogante Sr. Sunak que até defendia ridiculamente um cessar fogo de apenas umas horas para passarem os barcos da BP com os quais a sua família tem negócios chorudos. E ficou muito ofendido por não deixarem passar os barcos cheios de petróleo, chamando terroristas aos que o fizeram, mas não chamou terroristas aos sionistas que se sentaram frente aos camiões de ajuda humanitária para os atrasar na chegada de ajuda humanitária a Gaza, esses eram “civis”.

 

6. Agora o Sr. Biden quer construir um porto em Gaza com a ridícula desculpa de facilitar a ajuda humanitária. O Sr. Biden não quer nada disso pois já podia ter dado ordens para passar a ajuda  tão necesssária e não deu.

 

O que ele e os seus amigos nazis/sionistas querem fazer é construir um porto com os escombros de Gaza, escombros de edifícios civis onde ainda se encontram milhares de corpos de gente inocente: sejam adultos, sejam crianças. Uma argamassa perfeita para esconder o crime, nunca identificar milhares de mortos e ainda ajudar na extração dos recursos. Serão escombros e cadáveres os alicerces do porto de Gaza.


7. Sobre os chamados "bystanders", nada dizem, para não se comprometerem. É que é por causa dos que ficam calados que esta escória faz o que quer. 7. Sobre os chamados "bystanders", nada dizem, para não se comprometerem. É por causa dos que ficam calados que esta escória faz o que quer.

É por eles — e também pelas políticas sociais-democratas levadas a cabo pela Europa fora que NÃO resolvem os problemas — que teremos daqui a poucos anos em Portugal eleições nas mesmas condições do que se está a passar na Europa. Veja-se a França, por exemplo:

MACRON ou LE PENN?  Isto é alguma escolha? É a escolha que existe num país onde não há um programa revolucionário é a escolha que existe num país onde os comunistas abandonaram a sua linha política e ideológica e entraram pelas aventuras dos eurocomunismos, abandonando a sua posição de classe. Julgam que o fascismo não recruta na classe operária? Olhem lá para Portugal e para a própria França.

 

8. O capitalismo, sistema económico e social hegemónico, está em fase de putrefação  e nem consegue superar as suas crises cíclicas. E já todos sabemos o que acontece nas fases em que o capitalismo está podre, chega a sua fase imperialista. E quando se fala de imperialismo não se fala apenas dos EUA, ou do imperialismo alemão ou do Reino-Unido. Falamos também do russo e do chinês.

É preciso deixar a demagogia e os joguinhos políticos do parlamentarismo burguês (que alguns até já naturalmente chamam a "casa da democracia"...resta saber, democracia para quem). Hoje, Abril está mais perto de Novembro assim como a Assembleia da República  onde até  estão sentados antigos bombistas nas suas cadeiras. Mas não se pode parar no tempo: nem a democracia de Abril é a mesma (é de Novembro) e muito menor é a influência do PCP junto das massas.

É preciso fazer manifestações não apenas quando o PSD está no poder (ou o Chega, brevemente). A luta de classes não se compadece com acordos que são prejudiciais a quem trabalha (ex: veja-se a “geringonça” que não deu um único passo face às leis laborais) e se auto-silencia conforme o partido que está no poder.

 

Durante a “geringonça” ouviam-se alguns delegados sindicais a falar numa "paz social". O primeiro delegado sindical a vomitar tal porcaria via TV foi uma trabalhadora do Metro. Mas foi uma paz podre. Essa paz social que os opressores querem é literalmente para calar os trabalhadores.

 

Os resultados estão à vista. Quando os que se dizem representantes dos trabalhadores não fazem o seu papel, a subida do fascismo ao final de uns anos é mais que certa. O fascismo é usado como chantagem para nos obrigar a votar mais à direita, e mais à direita, direita...

 

Isto é perfeitamente possível com um partido com a sigla PCP que abandonou a sua consciência e natureza de classe e acha que isso não tem reflexo na sociedade.

Isto afinal, anda tudo ligado.




* AIPAC, American Israel Public Affairs Committee é um lóbi judaico extremamente poderoso nos EUA

 

 

 

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